terça-feira, 10 de junho de 2014

Living Together - Prólogo


11 de Janeiro de 2014 (16:50h)

- Você ficará bem sozinha? - perguntou minha mãe largando a mala com rodas no chão e me abraçando

- Sim mãe, você vai perder o vôo, eu ficarei bem! - respondi carinhosa

Minha mãe e meu pai estavam indo viajar para Barcelona para comemorar o aniversário de casados, e como sempre, minha mãe fez o maior drama sobre me deixar sozinha em casa, eu tinha 16 anos, tudo bem que eu não era maior de idade, mas eu sabia me virar sozinha

- Nós te amamos, princesa! - disse meus pais em unisson ao entrar no carro.

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11 de Janeiro de 2014 (19:30h)

Já sentiram uma sensação ruim dentro de você? Eu estou sentindo isso agora, nunca sei ao certo o que significa, na verdade nunca aconteceu alguma coisa quando eu sentia isso. Mas por um motivo dessa vez seria diferente!

Eu estava com meu moletom favorito, com pantufas e um cobertor fofinho, eu havia ligado a TV, eu zapeava os canais procurando algo de bom para assistir, foi então que me deparei com a seguinte noticia vinda de uma reporter de jornal:

“Um avião que estava partindo para Barcelona sofreu um deslize e caiu...” Ao ouvir a primeira parte daquela notícia eu tirei o som da TV, fiquei pasma, implorava para mim mesma para que aquele vôo não tenha sido o dos meus pais. Naquele mesmo instante o telefone tocou me desviando de meus pensamentos.

- Alô? - perguntei tremula

- Senhorita Gomez?

- Sim

- Você é parente de Mandy Gomez e Ricardo Gomez? - congelei ao ouvir aqueles nomes, porque mais estariam me ligando e perguntando isso?

- Sim, sou filha deles – perguntei assustada com a voz rouca

- Sinto em lhe informar que os seus pais estavam no avião que caiu nesta tarde, conseguimos recuperar os documentos deles aonde estava seu numero em um pequeno papel

Eu já conseguia sentir as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, eu sabia que aquela sensação era forte demais para ser ignorada. Eu não sabia nem o que responder para aquele moço, estava sem palavras, perdi meus pais para uma droga de avião. E a cada palavra na minha cabeça mais lágrimas escorriam

- Senhorita Gomez?! - perguntou o homem me chamando atenção

- Sim – respondi com voz de choro
- Quantos anos a senhorita tem? - perguntou gentilmente

- 16 anos – respondi ainda com voz de choro

- Bom, infelizmente teremos de mandar alguém em sua casa, você é de menor e não poderá ficar sozinha...

- É, eu entendo

Na realidade nada estava sendo processado na minha mente, só me vinha na cabeça a morte dos meus pais e o que será de mim daqui para frente


O homem pediu meu endereço e afirmou que estaria passando aqui amanhã as 10h para acertar as coisas, ou melhor, acertar o meu futuro.

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